Com os objetivos de tirar dúvidas e repassar orientações sobre o controle preventivo da raiva, a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros encaminhou um boletim técnico para os 54 municípios que integram sua área de abrangência.

Recentemente, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais confirmou um caso de raiva humana em um adolescente indígena, de 12 anos, morador de uma aldeia na zona rural de Bertópolis, no Vale do Mucuri. Outro caso suspeito está sendo investigado.

De acordo com a SRS, entre 2010 e 2021 foram registrados 39 casos de raiva humana transmitidos por diversos tipos de animais (cães, gatos, macacos e morcegos) no país. A maior parte dos casos registrados recentemente teve origem em animais silvestres, especialmente morcegos hematófagos. A incidência de raiva transmitida por cães diminuiu em quase 98%: 300 casos notificados em 1983 a seis notificações contabilizadas em 2021.

Segundo a SRS, das 54 localidades, apenas Montes Claros desenvolve todas as ações de vigilância e controle da doença. Por isso, o município é considerado Área de Raiva Controlada (ARC).

“Para manter as ações de prevenção e controle da raiva na região, os municípios precisam adotar uma série de medidas que vão garantir a proteção dos seres humanos, cães e gatos. Entre as providências recomendadas está a incorporação de médicos veterinários nas equipes de vigilância epidemiológica; a observação dos animais suspeitos (cães e gatos) por dez dias após a ocorrência de algum ato de agressão a pessoas; a coleta e o envio de materiais para diagnósticos laboratoriais e o preenchimento correto das fichas de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)”, destacou a bióloga Patrícia Brito.

A coordenadora de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, complementa dizendo que outras medidas também precisam ser adotadas, como fortalecer as equipes que atuam no controle de zoonoses, já que nos últimos anos foram encontrados morcegos contaminados na área urbana.

“Os municípios precisam melhorar as atividades de integração entre os serviços de atenção primária e de endemias, desenvolvendo ações conjuntas, incluindo a notificação de casos suspeitos da doença. É importante também que os municípios melhorem a rastreabilidade dos profissionais envolvidos nas campanhas de vacinação antirrábica em que o coordenador, responsável pelo setor de endemias, deve verificar se os trabalhadores foram vacinados contra a raiva no esquema de pré-exposição”, complementou.

Sobre a vacinação, em 2021, a SRS informou que 26 municípios de sua área atingiram a meta de imunizar 100% dos gatos; em 22 a cobertura vacinal ficou entre 70% a 99% e em seis foi inferior a 50%. Sobre os cães, a meta foi atingida em 43 localidades, sendo que em 11, o percentual ficou entre 70% a 99%.

“Há necessidade dos municípios desenvolverem ações para melhorar o monitoramento da população de cães e gatos para que consigam estimar um número mais aproximado com a realidade de cada localidade. É fato que quanto maior a cobertura vacinal em cães e gatos mais protegida estará a população”, afirmou a enfermeira Amanda Costa.

Mobilizar a população também é uma estratégia que deve ser incentivada, como explicou Jair Aparecido Santos Gonçalves, agente de saúde pública e técnico do Laboratório da Macrorregião de Saúde do Norte de Minas

“A participação do setor de educação em saúde do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Montes Claros ao realizar ações de mobilização social nas zonas urbana e rural envolvendo associações de bairros, escolas, empresas, igrejas e imprensa, se constitui importante estratégia que busca criar um elo entre a população e os serviços de prevenção”.

Fonte: G1 – Grande Minas

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